Escuta Educativa - Programa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

sexta-feira, 18 de abril de 2014

PETRÓLEO E CORRUPÇÃO II




PETRÓLEO E CORRUPÇÃO II

Uma indústria financiada pela guerra

Wladmir Coelho

Standard Oil, Shell e Anglo Persian Oil Company (atual British Petroleum) constituem a base da atual indústria petrolífera. Este quadro decorre de um acordo firmado em 1928 quando representantes destas empresas reuniram-se em um castelo escocês e dividiram o controle das áreas com potencial petrolífero em todo o mundo.

Posteriormente, com as sucessivas divisões da Standard Oil para escapar das leis antitrustes dos Estados Unidos, ao grupo foram acrescentadas mais quatro companhias formando as chamadas SETE IRMÃS.
Cinco empresas sediadas nos Estados Unidos e duas europeias –  estas diretamente subordinadas ao império britânico – controlavam o petróleo mundial e apesar do acordo de 1928 em diferentes regiões surgiam conflitos.

Na América do Sul a disputa entre a Standard Oil e Shell resultou na chamada Guerra do Chaco que durou de 1932 a 1935. Antecipando aos governantes dos países em conflito as duas empresas realizaram um “acordo de paz” e continuaram contrabandeando o petróleo boliviano enquanto morriam 100 mil inocentes.
Quando não precisava mais da guerra a Standard Oil negou ao exército boliviano o fornecimento do petróleo extraído naquele país. Este fato contribuiu para a revolta popular e criação da primeira empresa controlada pelo estado para a exploração petrolífera.

Em 1941 outra disputa entre Shell e Satandard Oil resultou em guerra desta vez envolvendo o controle da bacia amazônica área de litígio entre Equador e Peru. A região era disputada desde o final do século XIX, todavia a presença de petróleo envolveu  os interesses dos oligopólios.


O acordo de paz, Protocolo do Rio de Janeiro, foi assinado em função de forte pressão dos Estados Unidos entregando ao Peru parcela significativa do território equatoriano. Segundo o antropólogo canadense Wade Davies em seu livro El Rio este acordo atendeu aos interesses da Standard Oil que recebeu do governo peruano a concessão para exploração do território em disputa derrotando a Shell. 

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